Quieta, silenciosa, transitando lentamente pela casa, habitando amplamente o eu.
Organizando livros, gavetas internas … desarrumando outros espaços que de tão organizados me impossibilitavam novas manobras. Ouvindo outras músicas, conhecendo outros ritmos, respeitando o meu.
Que importa se é quase carnaval e todos os blocos estão na rua? Outrora tão festeira, o que quero agora, é o aconchego da quietude, o barulhinho frenético do teclado do meu computador e essa musiquinha calma que sussurra.
Nada grita, nada desagrada, não há desconforto; apenas estou quieta, observando, percebendo outras sensações que não as já tão conhecidas.
Comendo quando tenho fome, dormindo quando sinto sono, lendo pra me alimentar do que gosto, escrevendo quando posso, enfim, desfrutando o aconchego do meu próprio colo…Falando pouco, um pouco séria, mas a minha alegria ainda impera, permeia tudo, o estado é de contentamento.
Se estou muito quieta e se recuso todos os convites para a pré-folia, é por quê a paz esta instalada no peito, enquanto eu proporciono a mim mesma a melhor das companhias …
Claro que vasculhando tudo encontrei muitos fantasmas, mas, eles me ajudam a esvaziar as mãos, os bolsos e repensar minhas necessidades.
Afinal, mãos vazias ainda são as melhores para se colher flores …
Mari Araújo
Fiquei com vontade de chorar… 🙁