Penetração

E meus pensamentos

vagavam pelo noite

ociosa e corriqueira

quando ele se prostrou ali.

Entre um devaneio e outro

invadiu minha mente,

se colocando sem permissão

dentro de mim.


Penetrou assim,

meu território mais sagrado,

quase um assalto armado,

me assustou e encurralou.


Mas na mata virei onça

e já não fujo

nem da caça,

nem do caçador.


Silencío e escuto,

outra vez

os ruídos do invasor

eis que então percebo:

Fui eu mesma, quem o convidou.

Mari Araújo

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