Ócio e contemplação

O vento sopra forte e fresco.
No céu os raios de sol bravamente penetram as nuvens e surgem por entre elas como numa pintura celestial para lavar a tarde.  Raios de força e luz que vem delicadamente tocar na janela do meu quarto e beijar-me a pele enquanto o azul cortante no horizonte me hipnotiza.  O silêncio dá espaço ao canto dos pássaros do lado de fora dessas paredes que me cercam e o vento continua a soprar com doçura em minha direção.

O azul do céu ganha tons mais escuros e o sol se esvai diante de meus olhos lentamente fazendo-me sonhar sem quer ter adormecido.

A brisa fresca dá espaço então ao sereno que chega encorpado com notas de jasmim.

 

 

Vagarosa e involuntariamente meus olhos se fecham forçando de maneira natural um desfecho para esta tarde de contemplação.

Recolho-me em mim e busco em mim e na luz que absorvi o calor necessário para me aquecer até que o próximo raio de sol desperte-me e devolva-me refeita a vida consciente outra vez.

 

 

Mari Araújo

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