É Agosto em Mim

O sol invade a sala enquanto partículas de poeira dançam no ar seco da cidade e essa estranheza costumeira me habita.

O tempo seco me deixa sedenta, entretanto, estamos em agosto e este como sabemos é um dos meses mais secos do ano, portanto me basta um copo de chá de hortelã, às vezes uma vodka e ipês floridos enfeitando as ruas de São Paulo.

O sol quase como um escoteiro bate na janela do meu quarto todas as manhãs, até que me dou por vencida e as abro, tendo assim minha alma sonolenta e meu rosto ainda amassado, acariciados por seus raios que me fazem refletir sobre

ser agosto em mim …

Pois é … Um agosto perfeito repleto de emoções que se fossem traduzidas em coisas concretas se tornariam manhãs e tardes deliciosamente frescas e ensolarados em uma cidade cercada por Ipês rosa e amarelo, cuja  falta de umidade faz rachar tudo aquilo que não deveria ficar de pé, enquanto grãos de poeira, dançam no ar pra depois repousar. Que permaneça agosto portanto, ao menos enquanto eu desfrutar dessa austeridade plasticamente bela e emocionalmente estável … desfrutando a gosto tudo em mim. A luz e as sombras que aproveitam o vento gelado para sair dos armários e exigirem meu respeito e aceitação.

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