Ruas que se cruzavam,
Intervenções,
diversas delas no meio do caminho.
A turma do sopão
Aquecendo a noite de tanta gente…
Gente que agredi e teme,
Gente que luta como pode
contra tudo o que a vida se tornou.
E na esquina seguinte …
pneus por todo o prédio
e música e silêncio e vozes …
Uma projeção,
mais algumas quadras,
Sobe a rua … desce,
E se depara com um show …
Um varal no meio do caminho,
desvia, dança …
3 quadras … cinco musicas …
Em pé.
Para, anda …
sente a vida,
o vazio,
o lindo,
o feio ….
Sente o CHEIO ao redor.
Interagi com tudo …
A menina,
O senhor,
A criança de rua …
A galera …
Senta, caminha.
Outra quadra, outra sensação.
Pés que não acabam mais …
Pés de bota, sapato, tênis,
pés descalço …
Cadeirante,
Salto alto,
muitos universos …
cada qual com seu clamor,
cada um por um amor.
E pés … os únicos semelhantes nesta dança;
sustentando as estruturas
e levando-nos, onde quer que se vá.
Afinal,
ter asas é lindo,
desde que ajam pés que nos levam,
e nos sustentam
quando decidimos ficar.
Mari Araújo