Lua Nova

A força da Lua Nova assim como a força do Inverno, esta associada ao recolhimento, a renovação das forças e ao olhar critico para dentro de nós mesmos, com o objetivo de acolhermos nossas sombras tornando-as instrumentos da nossa própria edificação e cura, pois como já disse Clarice Lispector em sua carta a Olga Borelli 

“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.” CL

A Renovação e o Vazio da Lua Nova

A Lua nova nos convida a escolhermos os hábitos que devemos desabitar, os atalhos que devemos evitar e nos ensina através da observação qual nó deve ser desatado para que nossos caminhos sejam mais leves e prósperos. É um momento de introspecção, de recolher-se escolher as sementes, podar o que esperamos que cresça e adubar a terra e a si próprio ganhando energia para o próximo ciclo.

É o período de cuidar de si mesmo colocar fim a tudo aquilo que você não teve coragem de abrir mão na lua minguante e voltar a sua intenção (rezos / orações / meditação) para aquilo que será semeado no cosmos.

Para o Homem a lua nova é uma oportunidade de recolher-se no seu espaço sagrado e reciclar-se.

Para a mulher a lua nova assemelha a força vivenciada durante a menstruação e é possível e sobretudo delicioso viver com a energia pessoal alinhada a energia da lua. e da lua estão alinhadas.

Arquétipos da Lua Nova

A Lua nova é associada ao arquétipo da anciã. As Deusas e Mitos que representam esta fase lunar estão ligadas a dualidade, recolhimento, morte e renascimento através da agressividade e da transmutação das nossas sombras e vitória sobre os demônios que nos afligem, sejam eles comportamentos, distrações ou qualquer que seja o impedidor pessoal da nossa evolução.

 

Sheela Na Gig

Mito Celta da morte e do renascimento. Possuí a vulva aberta indicando um portal para as energias de renovação, renascimento e expansão que o útero carrega. Assim como muitas das Anciãs, Sheela Na Gig trabalha a transformação da agressividade, que através da vulva é canalizada de forma criativa e intuitiva para a transformação do ser.

A vulva aberta nos convida a adentrar no útero e nos remete a conexão com a terranos convidado ao recolhimento no espaço sagrado do nosso próprio ser, com o intuito de renascer.

Sheela Na Gig, sendo uma anciã, também simboliza o fim, e nos lembra que o fim de qualquer coisa, é sempre o inicio de algo, nutrindo-nos de coragem para recomeçar.

Baba Yaga

Baba Yaga é a Deusa Escandinava da dualidade. Ficou bastante conhecida como a bruxa da floresta após a Segunda Guerra Mundial graças a sua representação ser muito semelhante as representações folclóricas das bruxas do leste europeu. Era muito temida pelos soldados que invadiam as florestas russas e polonesas. Com nariz prominente e corcundas que a faziam andar locomovia-se quase sempre voando com sua vassoura mágica.

Baba Yaga é protetora dos benfeitores, das crianças perdidas nas florestas e das mulheres que caminham em busca da cura ancestral, sendo uma representação da bondade para aqueles que buscam a reconexão com a pachamama e o sagrado. Além disso, andava com seu nariz grande cheirando a terra, por isto  esta associada a conexão com a terra. Em contra partida tira a vida dos malfeitores e daqueles que desrespeitam sua presença como guardiã da floresta e da gentileza, sendo portanto a personificação da crueldade para alguns.

Sua energia dual, nos direciona a cortar pela raiz maus hábitos, pensamentos destrutivos e tudo oque possa prejudicar e desrespeitar a coexistência entre os seres. Além disso sua força nos remete a trabalhar a dualidade presente em todos nós de forma introspectiva através do recolhimento representado pela cabana habitada pela “bruxa”  que representa nosso espaço sagrado.

Kali

Selvagem e destruidora, Kali é uma das manifestações de Durga, a Mãe Eterna no hinduísmo. Criada para guerrear contra um exército de demônios, liderados por Mahishasura, que trairá a confiança do Deus Shiva e espalhou o Caos no mundo material e espiritual, tornando-se invencível por qualquer Deus do sexo masculino. Kali é destemida, insaciável, livre e forte. Dança sobre os corpos dos demônios mortos, se empoderando da vitória conquistada.

Esta armada com todos os objetos de poder dos principais Deuses hindus, pronta para destruir aquilo que não deve prosperar. Nos remete a impor limites, cortar o mal pela raíz para que ele não cresça mais.

Apesar de estar ligada a morte, Kali também é uma Deusa dual. Considerada a criadora da vida, a mãe eterna sua energia esta ligada ao renascimento, foi responsável por devolver o equilíbrio ao cosmos após derrotar o demônio Mahishasura e beber seu sangue.

Nanã

A mistura da água com a terra gera o Barro de onde se origina a vida, esta é Nanã, primeira orixá, representa o inicio e o fim. Contemporânea a criação do mundo Nanã é a energia feminina que deu origem a vida. Deusa dual pode ser a mãe que acolhe ou uma anciã brava e as vezes vingativa para com aqueles que destroem o equilíbrio da existência. Ao mesmo tempo,

Habita os pântanos e mangue, onde a fertilidade é abundante por isto sua aparência de zangada e a força de impor limites que ela possuí são tão importantes para filtrar aquilo que deve ou não prosperar através da sua fertilidade. Sua energia esta voltada ao semear e sua força é percebida com maior facilidade quando a lua começa a refletir parcialmente a luz solar formando um risco no céu

Óleos Essências e a Lua Nova

São indicados óleos que trabalhem a introspecção e facilitem nossa conexão com o vazio que Lua Nova promove para aqueles que se conectarem a sua energia. Através do vazio encontramos a força para desabitar aquilo que não nos pertence mais, facilitando a fluidez da energia de cura e a preparação de um novo ciclo.

  • Cipreste: Facilita o silêncio interno e nos fortalecendo para recomeços, já que favorece também o amadurecimento da personalidade.
  • Sândalo: Promove o recolhimento e favorece estados meditativos, auxiliando na elevação espiritual.
  • Olíbano: Ajuda a enfrentar os medos, distanciar-se de obsessões e facilita a meditação por ajudar a silenciar a mente.

Rituais para lua nova

A lua nova facilita a nossa introspecção beneficiando práticas de meditação e interiorização já que favorece o silêncio; este período é propício para:

  • Rituais de agradecimento;
  • Práticas de meditação;
  • Escrever aquilo que não cabe mais na sua vida e queimar  mentalizado a transmutação do fogo sobre aquelas situações e/ou posturas;
  • Vigiar as palavras e pensamentos fazendo deste período um ritual de semeadura no campo sútil.

Significado de Arquétipo é a personificação de uma energia, ou seja um apanhado de detalhes e características que ganha uma forma familiar, facilitando desta forma nossa compreensão daquilo que é subjetivo.

 

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