Uma mistura de desejo e casualidade pairavam no ar
enquanto as ondas abraçavam minhas pernas
e dissipavam na água toda a ansiedade
do eminente prazer.
Naquele instante eu já não me preocupava em fazer-me tua…
Você já não se ocupava em ser meu…
Eramos água quando mergulhávamos e quando emergíamos éramos lua.
Nos tornamos céu,
água, sal e estrelas naquela noite,
fundidos a paisagem,
totalmente entregues a natureza e a imensidão
que nos tomava como parte de si.
Não tínhamos tempo
para querer qualquer coisa,
posto que já havíamos nos transformados
individualmente em uma extensão
homogênea
daquele infinito cintilante
que nos inundava.
E assim fomos um com Deus.
E assim fomos sós
e fomos mais.
Mari Araújo
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