Movimento Slow Life

O que é o movimento slow life e como podemos desacelerar sem perder o ritmo? “Tempo é dinheiro”, esse foi um dos jargões mais escutados até pouco tempo, porém o movimento Slow Life caminha alheio a toda essa pressa e nos ensina a desacelerar.

“Tempo não é dinheiro … Tempo é o tecido da nossa vida.”
Antônio Cândido

 

Vivemos na era digital, a tecnologia evolui todos os dias. As pessoas se tornam cada vez mais qualificadas e o mercado de emprego cada vez mais competitivo. Passamos horas no trânsito, não temos tempo para nossos hobbies, estudamos por sobrevivência.  Comemos com pressa, pegamos filas para conseguir uma mesa no barzinho, um lugar no cinema, ou ser atendidos no banco, mercado, farmácia e por aí vai, enquanto olhamos o tempo inteiro para o celular.

 

 

Cada minuto conta e não sabemos mais viver sem facilidades como o sinal de internet e a energia elétrica.

As novas gerações já nascem e logo precisam entrar na escola em período integral. Aos 7 anos, inicia a “idade escolar”, e as agendas já estão preenchidas com mil atividades por dia. Os eletrônicos estão sempre a mão impedindo que as crianças conheçam o tédio. E os adultos aos poucos esquecem que esta sensação existe.

Mantemos nossa mente ocupada o tempo todo, e nosso tempo quase sempre tem sido dividido entre trabalhar e consumir. Com isso, ficamos cada vez mais distantes de nós mesmo, vivendo num frenesi onde 24 horas é pouco tempo para fazer tudo o que precisamos em um dia.

O Movimento Slow Life propõe uma nova forma de entender e vivenciar o tempo.

Sendo o tempo nosso mais valioso bem, ele deve ser desfrutado e para isto precisamos desacelerar.
Reduzir o ritmo de trabalho e de consumo, efetuar uma tarefa de cada vez e ficar off-line algumas horas por dia. Estes são os primeiros passos para nos reconectarmos com o tempo natural da vida e conseguirmos desta forma ter tempo para preparar uma boa refeição caseira, ver os amigos, curtir a família e conseguir desfrutar dos nossos hobbies.
Este movimento tão libertador, começou tímido no Japão influenciado pelo seu percursor slow food que teve inicio na Itália, na década de 80 em protesto ao fast food, quando o Jornalista Carlos Petrini aliado a moradores de uma vila se opuseram a abertura de uma loja da rede Mc Donalds em seu povoado.
Aos poucos o movimento slow food ganhou força e se propagou no mundo inteiro.
No Japão entretanto, desacelerar a mesa era pouco, as pessoas queriam diminuir o passo e a pressão que surgiu sobre a população após a era industrial. E assim surgiu o movimento slow life que incentiva pessoas do mundo inteiro a desacelerarem. Desta forma novos movimentos foram surgindo com um único objeto, propagar a politica do bem viver, o respeito a mãe natureza, aos seres humanos e ao tempo.
Mais do que um movimento, slow life é um estilo de vida que vem acompanhado de diversos movimentos que nos incentivam a pisar no freio.

Slow Food por que a saúde e a felicidade começam na mesa.

Movimento que nos conscientiza sobre a necessidade de nos alimentarmos bem. Este movimento incentiva o consumo de alimentos naturais e não industrializados e nos lembra a importância das refeições caseiras feitas em família. Prioriza a agricultura familiar, as hortas do bairro e os alimentos que são abundantes na região em que vivemos evitando assim o aumento do custo que o transporte do alimento tem para o planeta e para o valor final do alimento que chega nas prateleiras.

Slow Design por um mundo melhor para nossas crianças.

Peças desenvolvidas de forma sustentável e artesanal são a chave deste movimento que já começou no Brasil. No Slow Design a preocupação não é produzir muito, e sim produzir com qualidade e respeito. Respeito ao consumidor, a natureza e também aos profissionais envolvidos na elaboração e produção de cada peça. Aproveitar aquilo que seria lixo e reinventar peças buscando máximo aproveitamento de recursos.

Slow Fashion porque menos é mais quando se trata de moda.

Neste movimento o que vale é o desapego. Dar nova utilidade a roupas que apertam, sapatos que machucam e na hora da compra, fugir de peças de tecidos sintéticos. Vale reformar roupas, comprar peças de tecido natural como algodão, lã, linho, seda e optar por peças de moda sustentável e designe atemporal. O Importante é reduzir o guarda roupa em respeito ao planeta e ao próximo. Chega de encher o mundo de itens que levarão anos para se decompor enquanto a indústria de moda por traz do fast fashion mata nossas florestas, poluí nossa água e explora operários de países tidos como menos desenvolvidos. Slow Fashion é o futuro e o futuro já chegou .

Slow travel para nos lembrar o quão importante é viajar sem pressa.

Ser livre, este é o lema deste movimento que não tem apenas a ver com finanças e sim com o ritmo da viagem aliado a redução do consumo desnecessário. Este movimento nos lembra de respirar e apreciar cada nova experiência. Chega de listas com diversos lugares para visitar no mesmo dia, entregue-se ao ritmo do lugar que visita e desfrute a beleza de cada experiência. Fortaleça o artesão da região visitada fugindo (sempre que possível)  das grandes cadeias de lojas e restaurantes.

Slow education,  o movimento mais polêmico nesta onda de reduzir a velocidade.

Quando falamos em “desacelerar na hora de educar” lidamos diretamente com a competitividade do mercado de trabalho e as exigências muitas vezes surreais impostas pelos atuais métodos de ensino que visam apenas criar estudantes mais preparados para enfrentar no futuro este mercado.
Porém o Movimento Slow Education ignora todas estas exigências e volta a atenção para a necessidade e particularidade de cada aluno levando em conta o ambiente em que o mesmo vive enquanto propõe atividades que são realmente importantes para a formação daquele indivíduo trabalhando não apenas para formar um profissional brilhante, mas sim um ser humano capaz de conviver em sociedade e vencer suas limitações para seguir o caminho que quiser seguir sempre respeitando a natureza, os seres humanos e o tempo.

 

Que tal então provar dessa liberdade e desacelerar?

Respeitar o planeta, o tempo do universo e os ciclos da vida para ganhar minutos de vida todos os dias.

Conectar-se com cada estação do ano e vivenciar a vida como uma experiência única e não apenas como uma corrida em busca de acumular capital ou ainda sobreviver a ele

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