Se o vento a alcançasse a arremessaria com um sopro para bem longe daquele lugar.
Esguia, quase inexistente em suas calças de corte reto, ela descia a rampa do espaço enquanto seus cachos cor de rosa brincavam pelo ar. Garota de hábitos simples, sorriso largo e o poder de acolher, acreditava que cada lâmpada que ascendia era uma estrela a direcionar.
As pessoas a cercavam, e a todos ela queria abraçar; sem reservas, sem medos, com uma ingenuidade de invejar.
Ignorando suas dores e afinava as estrelas, sempre a se pendurar, quando de repente um cavaleiro decidiu a ajudar, de suas mãos calejadas tirou as lâmpadas para que ela não precisa-se mais se preocupar, porém no escuro, sem perceber, ela começou a tropeçar; caminhando sem rumo conseguiu a claridade retornar mas o vento furioso a alçou jogando-a com violência em um país distante e a garota passou então a desconfiar.
Adquirindo cautela arrumou uma desculpa para as vidas abandonar, afinal agora ela tinha a missão de construir um castelo, pois uma família ela precisava abrigar. Pedra por pedra com as mãos em sangue ela viu o castelo depois de pronto desmoronar e cansada de em vão lutar, decidiu caminhar pelos países vizinhos que nunca ousou visitar.
Viajando sem destino conheceu pessoas que para sempre, sua vida iriam mudar e nesses países estranhos a garota aprendeu a se auto enganar; depois de alguns anos encheu a bagagem com tudo o que pudesse saborear e obstinada resolveu regressar. Trocou as roupas e percebeu que o espaço ela teria que re-conquistar, entretanto havia toda aquela bagagem e uma vida além da dela para zelar …
Perdida a garota não mais esguia, tenta tudo organizar e ao final do dia ela exausta percebe que não importa quantas asas ela tente forjar, o seu passaporte é a leveza que um dia carregou no olhar.
Mari Araújo
Arrepiou…
Acho que é o melhor que li…
Ah menina dos cachos cor de rosa… o que vc procura?
Ou o que vc precisa de vez enterrar?
Um ou outro,
Azar de quem não tem sua mágica na vida!
Com certeza, não a merece.